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sexta-feira, 19 de abril de 2013

JORNALISTAS.COM ENTREVISTA FREI BETTO


 Ao lançar seu mais recente romance,  Aldeia do Silêncio e com vinda ao Recife programada para a próxima terça-feira, 23, Frei Betto bateu um papo com nosso blog, que publicamos abaixo.

 
Jornalistas.Com –Frei Betto, é um prazer conversar com você em nosso blog. Vamos iniciar perguntando:  Para você o que significa escrever um livro?
FREI BETTO: Significa, quando se trata de ensaios, expressar minhas ideias, opiniões e convicções. Quando se trata de ficção, contar uma boa história e, sobretudo, imprimir sabor estético à linguagem. 

J.C. – Como funciona o seu processo de elaboração de um livro?
FB: Fico literalmente grávido de uma história (no caso da ficção) ou de um tema (no caso de ensaio). Como me recolho 120 dias por ano só para escrever, então dou asas ao trabalho (no caso de ensaio) ou à imaginação (ficção). Escrevo à mão, passo para o computador, depois imprimo, corto, acrescento, refaço, até sentir que dei o máximo de mim na nova obra literária.

J.C – Você já escreveu romance histórico, Minas de Ouro, policial como Hotel Brasil, sobre Jesus Cristo, Um Homem chamado Jesus, entre outros. São temas diversos, estilos diversos.  Como surgiu a ideia para escrever Aldeia do Silêncio?
FB: Em viagem de São Paulo a Quito, em janeiro de 2010, me veio a inspiração - nesse mundo ruidoso, hiperconectado, contar a vida de um homem isolado em um local perdido no mundo. Foram dois anos de trabalho. 

J.C - Como surgiu a escolha do nome do livro?
FB: O mais difícil é dar título a um livro. No caso do Aldeia do Silêncio foi fácil. A própria geografia imaginário me trouxe o título.

J.C - Sobre qual tema escreveria um outro livro?
FB: Tenho vários projetos rascunhados. E uma superstição: jamais falo de um livro até terminá-lo.

J.C - Com se sente com a receptividade das pessoas que leram a obra?
FB: Muito feliz. Os leitores que se manifestam me dizem gostar muito do romance.

J.C - Você é um escritor consagrado. Mas o que teria a dizer sobre as dificuldades de ser um escritor no Brasil?
FB: Ser escritor é fácil, o difícil é virar autor, conseguir que uma editora o publique. Para isso há que malhar muito, enviar originais a concursos etc.

J.C - Quais os desafios e quais as dicas que você daria para uma pessoa que está pensando em começar a carreira como escritor?
FB: Primeiro, ler muito, sobretudo os clássicos. E ter certeza de que na vida nada o faz mais feliz do que escrever.

J.C - Como incentivar a leitura no Brasil?
FB: Através das escolas, das bibliotecas públicas, da promoção de feiras do livro, e, sobretudo, o barateamento do preço dos livros.

J.C. – Nó próximo dia 23 você estará em Recife, participando do Fórum de Debates do Centro de Filosofia e Ciências Humanas Século XXI, da UFPE, falando sobre o “Papa Francisco e a Igreja do Século XXI”. Quais as suas expectativas em relação ao Papa Francisco e seu pontificado?
FB: Espero que ele seja coerente com o nome escolhido e, como São Francisco de Assis, questione o sistema  produtivo que gera desigualdades, faça opção pelos pobres, promova a paz e a preservação ambiental, e reforme a Igreja Católica.

J.C – Frei Betto muito obrigado por sua participação em nosso blog.

FREI BETTO é autor de 56 obras, como os romances Minas do Ouro, Hotel Brasil – O mistério das cabeças degoladas, Um homem chamado Jesus, A arte de semear estrelas, Alfabetto – autobiografia escolar, Alucinado som de tuba, O vencedor e O dia de Ângelo. Publicou também livros de contos, como Aquário Negro e Treze contos diabólicos e um angélico. Entre os títulos infantojuvenis, destacam-se Começo, meio e fim, Uala, o amor, Maricota e o mundo das letras, A menina e o elefante, Fogãozinho – culinária em histórias infantis, Saborosa viagem pelo Brasil e Talita abre a porta dos evangelhos. Por sua obra literária, Frei Betto ganhou duas vezes o prêmio Jabuti, além do prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e o prêmio Alba de Literatura. Suas obras foram traduzidas para 24 idiomas.

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