Mesmo com o sucesso de algumas bandas e cantores brasileiros
na primeira edição do Rock in Rio, o ponto alto mesmo do festival foram as
bandas internacionais.
Entre as apresentações individuais destacamos James Taylor, Rod
Stewart e Ozzy Osbourne.
O escocês Rod Stewart, com sua voz marcante rouca, encantou
a plateia que cantou com ele e aplaudiu bastante. Aliás, aqui é interessante
registrar outras curiosidades do primeiro Rock in Rio. Devido a uma falha na
organização a apresentação do cantor Ozzy Osbourne foi logo depois de Rod
Stewart. Quando Ozzy, dos bastidores, ouviu a passagem de som do escocês, imaginou
que seria vaiado por seus fãs. Afinal seus estilos estavam em lados totalmente
opostos: um, Heavy Metal e o outro, Rock Pop.
E ainda em relação a Ozzy, o contrato assinado com a
organização do festival proibia que ele comesse qualquer animal vivo durante a
apresentação. Isso devido ao fato de, três anos antes em um show, ele ter
decapitado, a dentadas, um morcego. Mesmo assim, um fã chegou a atirar uma
galinha viva no palco. Ozzy se apresentou usando uma camisa do Flamengo,
presenteada por um fã. Um belo momento do show foi quando Tommy Aldridge
executou um solo de bateria sem as baquetas.
O cantor James Taylor foi recebido efusivamente pela plateia
chegando, inclusive, a ficar comovido com a recepção. Isso deu um novo rumo à
sua carreira, que pensa em abandonar devido aos graves problemas que enfrentava
por causa da dependência de drogas e do divórcio da cantora Carly Simon. Para
prestar uma homenagem a esse fato, ele compôs a canção: “Only a Dream in Rio” –
Apenas um sonho no Rio. Um dos trechos da música diz: “ Eu estava lá naquele
dia e meu coração voltou à vida”. Convidado, posteriormente, a participar do
festival em 2001 ele disse que “participar do Rock in Rio era uma questão de
honra”.
Algumas das bandas fizeram exigências que poderíamos chamar
de, no mínimo, excêntricas. Como o caso da australiana AC/DC que impôs como
condição para se apresentar o uso de um sino de 500 kg, que seria tocado pelo
vocalista Brian Johnson durante a música “Hells Bells”. O sino até que chegou
por aqui, vindo de navio. Só que teve um pequeno problema: ele era pesado
demais e a estrutura do palco não aguentaria o seu peso. A solução foi um dos
cenógrafos, na surdina e nas pressas, fazer uma réplica de gesso. No
encerramento da apresentação, o disparo de dois canhões, um de cada lado do
palco, deu o roque apoteótico na música “For those about rock”.
A banda inglesa Yes com seu eletro sinfônico progressivo, ao
vivo, realizou o sonho de muitos roqueiros brasileiros. A apresentação foi
ainda realçada por sua iluminação e algumas aparições de laser.
A banda liderada por David Coverdale, a Whitesnake, foi
chamada às pressas, para substituir a banda Def Leppard, que cancelou sua
participação por um atraso na gravação de seu novo disco, agravado pelo
acidente sofrido pelo baterista Rick Allen, que teve seu braço esquerdo
amputado. Para a apresentação, Coverdale precisou reformular a banda às pressas
uma vez que, da formação que gravou o disco Slide It In, em 84, restou apenas o
baterista Cozy Powell.
Propositadamente deixamos para o final três monstros do cenário
internacional do Rock: Scorpions, Iron
Made e Queen.
A alemã Scorpions foi fundada em 1965 pelo guitarrista Rudolf
Schenker. A banda se apresentou no dia
15 e no dia 19 de setembro. Para homenagear o País que o recebia, no primeiro
show o vocalista Klaus Meine segurou uma
grande brasileira no palco. E, no segundo show, o guitarrista Matthias Jabs tocou em uma guitarra com
pequenas bandeiras do Brasil estampadas nela. O formato da guitarra lembrava a
que está no logotipo do festival. A banda filmou a visita ao Rio e inseriu
algumas imagens editadas do videoclipe da versão ao vivo de “Still Loving You”.
Surgida dez anos
antes do festival, em pleno Natal, a banda inglesa Iron Maiden considerou sua
apresentação no primeiro Rock in Rio como uma das mais marcantes experiências
de sua carreira. Foi a única banda estrangeira
a fazer um único show, ao invés de dois. O show foi incluído na versão em DVD
do vídeo Live After Death. Foi a primeira de uma série de outras apresentações
no Brasil, incluindo duas aqui em Recife.
E chegamos àquela que foi considerada a estrela maior do
Rock in Rio 1985: a britânica Queen. Todos os seus integrantes consideraram a
apresentação no festival como uma das cinco mais emocionantes da Banda, fundada
em Londres em 1971. Para o falecido vocalista Freddie Mercury, a apresentação
de “Love of My Life” foi a melhor de todas que banda havia feito até então.
E, com esta postagem,
finalizamos a primeira edição do Rock in Rio. Aguardem as novas postagens onde
falaremos sobre as edições seguintes deste festival que vem marcando a história
do Rock em nosso País.
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