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domingo, 29 de setembro de 2013

VINHOS & Cia: ACADEMIA PORTUGUESA DE VINHOS



Por Sérgio Menezes
Esta semana foi especial para quem gosta de vinhos.  Na quarta feira, 25 de setembro, tivemos a visita  do jornalista português e crítico de vinhos Ruy Falcão, no Hotel  Atlante Plaza, que nos brindou com valiosas informações sobre a FORMAÇÃO DOS VINHOS PORTUGUESES. O evento é promovido pelo Wine of Portugal.

A Wine of Portugal é uma associação criada em 2010 e incorpora em si os principais valores e características diferenciadoras dos vinhos portugueses, sendo o resultado de um esforço coletivo que pretende ver reconhecida internacionalmente a qualidade dos seus vinhos.

Acompanhou Ruy Falcão neste evento, o editor da Revista Wine Essência do Vinho, Nuno Pires.

A apresentação se pautou em mostrar as diferenças de conceitos na produção do vinho português.

Vinho é uma bebida que é produzida em todos os continentes. Temos Cabernet sauvignon na Nova Zelândia  e na Austrália, Merlot na Califórnia, Malbec na África do Sul e Shiraz na Argentina, além de todas elas no Brasil é claro.

Em Portugal existe mais de 250 castas de uvas identificadas e estas uvas são utilizadas no processo produtivo dos seus vinhos. A grande diferença é que no restante do mundo se utilizam castas francesas como Pinot Noir, Merlot, Carbenet , Malbec, Shiraz, Chardonnay, Chenin Blanc.

A Itália detêm a segunda maior diversidade de castas viníferas e utiliza apenas 12 a 15 variedades em seus principais vinhos.

Na santa terrinha podemos encontrar castas famosas como Touriga Nacional considerada como a rainha das uvas portuguesas, Trincadeira, Tinta Roriz ou Aragonês (Tempranillo na Espanhã), a Fernão Pires, também conhecida por Maria Gomes, Alvarinho, Arinto, Loureiro, Baga, Encruzado, Verdelho da ilha da Madeira ou castas com nomes mais estranhos como Amor não me deixes e Rabo de Ovelha. 

Apenas 1% dos vinhos portugueses utilizam castas francesas em sua composição e mesmo assim por motivos quase que comerciais/marketing para mercados específicos da Inglaterra e Norte Americano,  onde o consumidor acha importante a referência de uvas internacionais.

As castas portuguesas mais famosas, Touriga Nacional, Touriga Franca e Trincadeira já estão sendo plantadas há vários anos na Califórnia, Austrália e no Brasil. Veja o vinho Paralelo 8 da Rio Sol de Santa Maria da Boa Vista em Pernambuco.

Outra diferença é que a lógica internacional é fazer vinhos varietais, ou seja, vinhos de uma única casta de uvas Merlot, Pinot Noir, Cabernet, Chardonnay ou Malbec. Já em Portugal quase não se usa produzir vinhos varietais. A lógica é produzir vinhos de cortes de diversas castas formando um mistura onde se busca o melhor de cada casta vinífera. O buquê de uma determinada uva, mais a persistência de outra acrescida da cor, dos taninos e da  longevidade de uma terceira ou quarta casta. 

Esta lógica influi no modo de plantar o vinhedo, pois, ao invés de termos plantações separadas de cada casta, em Portugal se utiliza muito a plantação misturada das várias castas que compõem o vinho, formando assim um simbiose entre as videiras, o sol, a chuva e a terra de um determinado  vinho. 

Por exemplo:

Alvarinho, considerada uma das melhores uvas brancas do mundo e por isto mesmo é um dos raros casos de vinho varietal português. Esta uva é produzida na região noroeste de Portugal, região dos vinhos verdes e, segundo Ruy Falcão,  ao contrários dos vinhos verdes que devem ser tomados jovens,  um vinho com a casta Alvarinho  pode-se guardar por vários anos. Degustamos um Rolan 2011 extra seco, preço na internet R$ 65,00.
Teor Alcóolico: 13%
Casta: 100% Alvarinho
Cor: Citrina brilhante
Aroma: Elegante e intenso, presença delicada de notas minerais, aromas de flor de laranjeira, frutas cítricas e pêssegos em calda.
Prova: boa entrada na boca e acidez muito bem casa com o conjunto. Harmonioso, cheio de fruto citrino, com bom volume e um final longo e muito atrativo. Um vinho que mostra bem porque o Alvarinho é um dos melhores brancos produzidos no mundo.

Da região de Bairrada, fomos apresentados a Quinta do Ortigão, está localizada no centro da cidade de Anadia. A Quinta mistura a tradição, a contemporaneidade e a visão que Augusto Brandão Alegre, primeiro homem a produzir espumantes em Portugal. Degustamos desta região um vinho Quinta do Ortigão 2010, composto por duas castas sendo 50 %  Baga, cuja principal característica é a acidez, os taninos duros, encorpado com boa presença e 50 % Touriga Nacional para suavizar  a rusticidade da Baga. Um vinho para harmonizar com pratos fortes.

Setúbal nos brindou com um Moscatel com cortes de várias safras , tendo como base a safra de 1999 e envelhecido em carvalho francês. Cor  de mel com graduação alcóolica de 17% ( cuidado aprecie com moderação)   este vinho trouxe para os degustadores do Recife uma unanimidade, o cheiro e o sabor de bolo de noiva. Bastante frutado e com bom equilíbrio entre o frescor e a doçura, tem um final persistente e harmonioso. Por ser um vinho especial deve ser servido a 16 º  de temperatura, sozinho ou para acompanhar sobremesas doces ou chocolate. Tempo de guarda até 2030 aproximadamente em condições ideais.

A Quinta do Noval representou a região do Douro. Famosa pelo vinho do porto esta vinícola é das mais conhecidas do mundo. O vinho  para degustação foi o Maria Mansa, 2008 um corte de Tinta Baroca,  Touriga Franca e Tinta Roriz. Cor de Rubi com teor alcóolico de 13 %, aroma amadeirado, lembrando frutas maduras e secas. Paladar encorpado macio com boa estrutura. Sedoso na boca, taninos suaves, agradável com final persistente. Servir entre 16º e 18º

Para falar sobe os vinhos de Portugal ainda teríamos muito o que escrever. Por hoje  ficamos por aqui. Depois voltamos a falar sobre o tema.

Imagens: Fonte Adega Alentejana

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