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terça-feira, 1 de outubro de 2013

DICAS LITERÁRIAS: O chamado de Cthulhu



por Rossana Menezes

 


Autor: H P Lovecraft
Páginas: 155
Editora: Hedra
ISBN: 9788577151165



Geralmente eu costumo intercalar minhas leituras. Um livro de ficção, um livro de não - ficção. Mas faz uns dois meses que engrenei numa onda de livros ... digamos... diferentes. Comecei lendo um livro de uma autora japonesa, depois li A máquina do tempo (vale a próxima resenha), li Versos Satânicos, que estava querendo há muito tempo e descobri H. P. Lovecraft com o chamado de Cthulhu

Escrito em 1926, publicado apenas em 1928 na revista Weird Tales, o livro narra a história de Francis Wayland Thurston, que acha manuscritos deixados por seu tio, professor de línguas semitas na Brown University, após a sua misteriosa morte. Considerado o maior clássico da literatura de horror/ terror sobrenatural, o livro tem um tom extremamente sombrio, bem característico do autor, que consegue passar com maestria a sensação de que estamos sob a iminência de um acontecimento terrível. O clima do livro é tão tenso e denso que quase dá pra tocar. Ler um livro de Lovecraft é ter quase a certeza de que aquela história de que o bem sempre vence no final é balela. 

Ao ler os manuscritos, Francis se depara com depoimentos que narram um culto a uma criatura nefasta que habitava a terra muito antes dos homens: Cthulhu, o guardião dos anciões. No conto, ele estaria adormecido em R'lyeh, uma cidade perdida no fundo do oceano, esperando o momento certo do alinhamento das estrelas para voltar e dominar a terra. 

A narrativa do livro é completamente não-linear e o vocabulário é bastante rebuscado. Confesso que ler em inglês foi desafiador. Eu me senti lendo José de Alencar. Tive que apelar para o dicionário algumas vezes. E assim como todo bom livro fantástico, é preciso abstração para compreender até mesmo a arquitetura descrita pelo autor em alguns momentos. 

É um livro curto. Na verdade é um conto. E falar mais sobre a trama aqui seria correr o risco de revelar nuances que são muito mais impactantes quando as descobrimos ao longo da leitura. 
Mas deixo aqui a minha total recomendação e a certeza que irei atrás de outros livros dele. 

"A coisa mais misericordiosa do mundo, creio eu, é a incapacidade da mente humana em correlacionar todo o seu conteúdo. Vivemos numa plácida ilha de ignorância em meio a negros mares de infinito, e não está escrito pela Providência que devemos viajar longe. As ciências, cada uma progredindo em sua própria direção, têm até agora nos causado pouco dano; mas um dia a junção do conhecimento dissociado abrirá visões tão terríveis da realidade e de nossa apavorante situação nela, que provavelmente ficaremos loucos por causa dessa revelação ou fugiremos dessa luz mortal rumo à paz e à segurança de uma nova Idade das Trevas."

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