Por Sérgio Menezes
Terroir
Compreender o significado desse
termo francês é um passo fundamental para os que se iniciam nos prazeres do
vinho ( revista Adega em 11 de Novembro de 2010 ).
Segundo o guia Larousse, terroir
é uma palavra francesa sem tradução em nenhum outro idioma. Significa a relação
mais íntima entre o solo e o micro-clima particular, que concebe o nascimento
de um tipo de uva, que expressa livremente sua qualidade, tipicidade e
identidade em um grande vinho, sem que ninguém consiga explicar o porquê.
A qualidade da terra, a
incidência de sol, a quantidade de chuva no período certo, as temperatura certas nas horas certas, o
momento da poda, até mesmo as práticas culturais de uma determinada região definem o terroir de uma vinha e sua
influência na qualidade de um vinho.
Isto pode explicar como uma
mesma região e uma mesma casta podem apresentar resultados tão distintos em
vinhas praticamente vizinhas.
Denominações
de Origem Controlada
A Denominação de Origem Controlada (DOC)
é o sistema de denominação de origem protegida utilizado para vinhos, queijos,
manteigas e produtos agrícolas.
Para além de proteger a
designação de origem, a DOC também procura assegurar o nível qualitativo dos
vinhos associados a determinada região, designadamente estabelecendo as castas
autorizadas e recomendadas, os métodos de vinificação, o teor alcoólico mínimo,
os rendimentos por hectare e o período de envelhecimento em garrafa ou em
cascos de carvalho. Para garantir o cumprimento das normas estabelecidas, os
produtores têm que submeter amostras dos seus vinhos às comissões vitivinícolas
regionais.
Portugal foi o segundo
país do mundo a criar uma região vinícola protegida, foi a Região Demarcada do
Douro, criada em 1756 pelo Marquês de Pombal para assegurar
a qualidade do Vinho do Porto
Historicamente a maior e mais
importante região vinícola brasileira é a Serra Gaúcha, responsável por 85% da
produção nacional.
De clima temperado quente, com
temperaturas entre 12,9 e 22,9 graus centígrados, de relevo acidentado, solo de
origem basáltica e altitudes variando entre os 400 e os 800 metros.
A Serra Gaúcha tem hoje as duas
únicas áreas de produção enológica certificada do país. O Vale dos Vinhedos que
compreende uma área de 72 KM quadrados entre os municípios de Bento Gonçalves
Garibaldi e Monte Belo do Sul. Esta região foi a primeira a buscar a
Denominação de Origem D.O. para seus rótulos.
Seguindo estes passos, Pinto
Ferreira conquistou a Indicação de Procedência para a
região compreendida entre Bento Gonçalves e Farroupilha.
A Serra Gaúcha produz as
variedades tintas de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Tannat,
Ancellota e Pinot Noir e as variedades brancas de Riesling Itálico, Chardonay,
Prosecco, Moscatos e Malvasias.
A região dos Campos de Cima da Serra foi
desmembrada da região da Serra Gaúcha exatamente por suas características de clima frio e ventoso,
além da predominância no cultivo de variedades híbridas. O que antes era um
entrave para ser considerada da Serra Gaúcha passou a ser uma diferencial, pois
a baixa temperatura e os ventos propiciam uma maturação mais longa e uma
excelente sanidade das uvas cultivadas nesta região.
O clima é temperado, com
temperaturas variando entre os 5º e os 26º centigrados, o seu relevo é de Platô
de Altitude com solo de argila e basalto e altitudes variando entre os 900 e os
1100 metros.
Os Campos de Cima da Serra
produzem as variedades tintas de Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinot
Noir e Petit Verdot e as variedades
brancas de Chardonay, Sauvgnon Blanc, Viognier e Pinot Grigio.
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