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terça-feira, 22 de abril de 2014

DICAS LITERÁRIAS: Cristianismo: o mínimo do mínimo




 de Leonardo Boff.
Editora Vozes, 200 páginas

 
“Leonardo Boff escreveu um livro denso com a leveza de uma prosa luminescente, minimalista e breve. Em “Cristianismo: o mínimo do mínimo”, Boff dá mais uma vez provas sobejas do alcance de seu fazer teológico, nos limites de uma cultura da paz e da emancipação. Some-se a isso, desde a metade dos anos 1980, sua visão cósmica decisiva — poética e profética —, mediante a qual o núcleo duro da teologia da libertação foi adquirindo novas matizes. 

O mínimo do mínimo, para Boff, mora na célebre oração dos evangelhos, o de Mateus ou, mais propriamente, talvez, aquele de Lucas. É um dos pontos altos do que o teólogo define como parte essencial da cristandade. Mas o que realmente encanta no livro de Boff são as diversas interfaces, imagens e espelhos, através das quais as lacunas se interpenetram, formando uma torrente de realidades potenciais e inacabadas. 

Uma espécie de teologia da falta ou da incompletude poderia definir o dinamismo filosófico de Boff quando afirma, por exemplo, que ‘o próprio Jesus não acabou de ressuscitar. Ele começou em si o processo de ressurreição, vale dizer, da concretização daquilo que Reino de Deus significa. Só seu núcleo pessoal ressuscitou’. E que ‘Jesus continua ressuscitado no mundo, embora ainda participando da vida dos crucificados, seus irmãos e irmãs, até que, na plenitude dos tempos, acabe de ressuscitar. Ele tem ainda futuro. A ressurreição está ainda em curso, ela se mostra nos bens do Reino e da ressurreição como no amor, na solidariedade, na dignidade, da defesa dos vulneráveis e no cuidado da casa comum, a Terra.’

O livro de Boff não é um ensaio religioso árido, que exige a fé como pré-condição de leitura, como um aviso das repartições que diga aos sem religião ou crença ‘proibida a entrada de estranhos’. Ao contrário, para um bom teólogo não há estrangeiros e nem tampouco uma só porta de entrada. 

Diversidade que concorra para a elaboração de uma cultura da paz, como insiste Boff, ao encerrar o terceiro livro das Virtudes para um outro mundo possível, quando considera essa nova cultura: “uma das fontes que mais podem garantir o futuro. Então a paz florescerá na Mãe Terra, na natureza, na imensa comunidade de vida, nas relações entre as culturas e povos e aquietará o coração humano.” 

Para Boff, a vivência abissal do cristianismo precisa ser entendida como construção, nitidamente aberta, no compasso de uma espera ativa, cheia de possibilidades.”

Estes trechos da resenha que o escritor MARCO LUCCHESI escreveu sobre o Cristianismo – mínimo do mínimo, resume, com propriedade o que é o livro. Vale a pena conferir e se deleitar com mais esta preciosidade com a qual Leonardo Boff nos brinda.

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