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EDITORA MAR DE IDEIAS |
Três semanas
antes do resultado do conclave dos cardeais, que indicou o nome do arcebispo de
Buenos Aires, Jorge Bergoglio, para substituir o papa Bento XVI, o teólogo e
professor Leonardo Boff escreveu no Twitter que o futuro papa deveria se chamar
Francisco, porque a situação difícil da Igreja era igual àquela por que São
Francisco passou.
“Foi uma
profecia que eu fiz e ela se realizou. Acho que ele está cumprindo uma missão.
Se sente um homem idoso, mas aceitou porque notou que era um chamado divino,
fora da velha cristandade europeia fora das relações ambíguas, que a Cúria
Romana mantém. Ele vem de fora com isenção, com outro olhar sobre a Igreja, um
olhar a partir dos pobres que vivem na América Latina”, disse.
O paralelo
entre o papa – que, assim como a Igreja da região, fez uma opção preferencial
pelos pobres e contra a injustiça social e São Francisco – está retratado no
livro Francisco de Assis e Francisco de
Roma: Uma Primavera na Igreja?.
O livro procura fazer uma aproximação entre os
dois Franciscos, porque eles têm a mesma missão. São Francisco que era um jovem
da alta burguesia de Assis escutou um chamado para ajudar a reconstruir a Igreja
que estava em ruína.
Agora, segundo o autor, o papa tem o mesmo chamado.
Para Leonardo
Boff Francisco escolheu um nome que representa um projeto da Igreja. “Nenhum
papa teria coragem de pegar o nome de Francisco, porque seria contraditório
viver dentro de palácios, de luxo e de riqueza. E ele aceitou o nome Francisco
para dizer: agora começa um estilo novo de igreja mais pobre, mais humilde,
mais ligada ao povo, defensora da vida, mais ligada à natureza e à terra”,
avaliou.
O papa, segundo
Leonardo Boff, ficou sabendo do livro e pediu um exemplar que que foi entregue
pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.
O pontífice
começou o trabalho à frente da Igreja reformulando a figura de um papa,
destacou o especialista na história de São Francisco. “Não mora em palácio,
mora em uma casa de hóspedes. Um papa que não quer ser chamado de Sua Santidade
porque diz que é um irmão entre irmãos e claramente assume a causa dos pobres
dizendo que os pobres têm que receber justiça social e não filantropia e
assistencialismo. Acho que ele faz isso de maneira brilhante.”
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