Porque precisamos escolher bem o que fazer em nosso dia a dia. As nossas escolhas definem a nossa qualidade de vida.


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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CINEMANIA: O SOM AO REDOR



Por Rossana Menezes


Diretor: Kleber Mendonça Filho

Roteiro: Kleber Mendonça Filho

 Elenco:  Ana Rita Gurgel, Caio Almeida, Maeve Jinkings


Essa semana mais de uma pessoa veio comentar comigo sobre o filme O Som ao redor. E hoje, meio que de supetão, fomos assistir na casa de um amigo meu. 

Começo esse texto dizendo que o filme foi eleito pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na disputa pelo melhor filme estrangeiro. E a minha grande dúvida é: POR  QUE???????

Como eu já falei aqui várias vezes, eu assisto a todos os tipos de filmes. Eu acredito que existem filmes bons e ruins em todos os gêneros. Comédia, Aventura, Faroeste, Ficção, Fantasia, Terror, Guerra... até filmes cults, alternativos, independentes. Já vi bons e péssimos filmes em todas as categorias. Adoro um bom filme iraniano, indiano, brasileiro... não importa!! Desde que seja bom! Isso tendo sido deixado BEM CLARO. Deixo aqui a minha opinião sobre O Som ao Redor.

Quando ouvi falar que ele representaria o Brasil, achei bem legal, pois é um filme de um pernambucano filmado na cidade onde eu nasci. O filme conta a história de... de que mesmo? Não sei! Não por que eu não entendi, não por que eu dormi, ou não prestei atenção. Mas simplesmente por que o filme nos leva do nada a lugar nenhum. Ele junta nenhum ponto a ponto algum. Ele é um filme simplesmente sem razão de existir. Tem um ritmo  péssimo, lento, irritante. Ele deixa você ansioso o tempo todo pra que alguma coisa aconteça... e NADA acontece o filme
 TO-DO!

O cidadão que vai nadar na praia de Boa viagem de madrugada, depois de a câmera focar na placa que diz que naquela área existe risco de ataque de tubarão. 

E nada. 

O outro que sai na rua sozinho, o carro que para no meio do nada, a mulher que tranca a porta depois que o entregador de água entra em casa... 

NADA. 

Isso se repete durante as mais longas duas horas da minha vida em frente a uma TV. Um grande, enorme, incomensurável VAZIO! O filme é totalmente desprovido de propósito. 

A não ser pelo fato de ele juntar em 2 horas e 11 minutos as várias mazelas da sociedade brasileira. O senhor de engenho que trata seus empregados como propriedade, a mulher que tem seu carro arrombado e seu cd player levado, mas aceita um som que não é seu, e que provavelmente foi roubado de outra pessoa, porque era melhor do que dela, os problemas de segurança, as pessoas que olham para os menos afortunados como se fossem seres descartáveis. Os condôminos que querem demitir um senhor que está perto de se aposentar por justa causa pra ele não ter direito às  indenizações, o filho de papai que rouba por diversão... Ele mostra, de forma sutil, o retrato de uma sociedade totalmente deturpada, que faz sentido pra quem vive (ou viveu, como é o meu caso) nessa realidade. Mas para o público estrangeiro não acho que vá fazer a menor diferença. 

Eu não sou apaixonada por Recife, muito pelo contrário, não tenho nenhum apego. Mas sei que, com certeza absoluta, existem tomadas belíssimas da cidade. A fotografia do filme é feia, pobre. Não pobre no sentido de mostrar pobreza. Pobre no sentido técnico. É preguiçosa. Ah, claro, foi proposital. Mas o fato de ser proposital não torna isso um mérito. A direção e a atuação são da pior qualidade. Os atores deixam o elenco de Malhação parecendo Fernandas Montenegro e Rauls Cortez. Sofrível, detestável, embaraçosa. Parece um filme amador. Tem cara, som, atuação de filme gravado pela turma da 8a série para o projeto da escola. 

No fim das contas foram 2h11min da minha vida que joguei pela janela em um filme que não recomendaria nem para o meu pior inimigo. 

Durmo hoje com uma dúvida que levarei comigo para o caixão: POR QUE ele vai representar o Brasil no Oscar?
Acho que nunca serei capaz de entender!

 

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