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terça-feira, 4 de março de 2014

DICAS LITERÁRIAS: FERNANDO DE NORONHA – CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA



Autora: Marieta Borges Lins e Silva

 A mais completa obra já publicada sobre o arquipélago pernambucano em todos os tempos é relançada pela Editado pela Editora Universitária da UFPE. Com 555 páginas e 511 imagens antigas e atuais, resgata toda a história daquele espaço insular e vai além, resgatando também toda a produção artística nesses séculos de ocupação e desenvolvimento, tanto daqueles que viveram na ilha nos seus diversos períodos, seja em poesia, pinturas, canções, teatralizações, alegorias para escolas de samba, etc, distribuídos em dez Capítulos que esgotam completamente o tema.   

 Apresentação: Profa. Maria José Matos Luna, Diretora da Editora Universitária.

Posfácio: Historiador,  Arquiteto e Professor José Luiz Mota Menezes.



Em entrevista concedida  ao jornal Ecoar, de Fernando de Noronha, Marieta falou sobre como surgiu a ideia de fazer o livro:

Em 1974, o Governo militar ofereceu aos professores da escola – a maioria sem qualificação profissional para o magistério - um Curso de Suplência Profissionalizante em regime de Magistério, para formar 17 professores que já exerciam essa função, mesmo sem ter preparo. E eu fui uma das facilitadoras da atividade, vindo diversas vezes ao arquipélago e ministrando aulas de Didática Geral, Didática da Linguagem e dos Estudos Sociais e Técnicas Audiovisuais. E descobri, naquela ocasião, que a escola não tinha nem um resumo dos acontecimentos da historia local, que pudesse embasar os trabalhos. Ali surgiu o meu compromisso de buscar, organizar e trazer para a escola os “cinco séculos de história” hoje eternizados em livro.
Tudo que ali está foi garimpado em instituições pelo Brasil afora e junto aos inúmeros informantes que identifiquei, nesses anos todos.”

Na mesma entrevista autora fala sore seu livro:

“É a maior obra já publicada sobre um mesmo espaço insular, em todos os tempos. Nos dez Capítulos do livro está a História construída pelos homens que viveram aqui, nesses séculos, seja como invasor, como preso comum (ladrões, assassinos, contrabandistas, moedeiros falsos...); presos políticos (alguns famosos, como O Gal. Abreu e Lima, o ex-governador de Pernambuco Barbosa Lima, os legendários Gregório Bezerra e Maringhela, os governadores Miguel Arraes (de Pernambuco) e Seixas Dória (de Sergipe) entre muitos outros). 

Nele estão os espaços ocupados onde se ergueram as duas Vilas coloniais (Remédios e Quixaba) e o fantástico sistema fortificado considerado “o maior do Brasil”, com dez fortes em 17 km²....

Também está a criação desses homens, seja no Patrimônio Imaterial, seja nas expressões artísticas...

Repito: não há uma obra mais abrangente.”


 Para Marieta foi um grande desafio escrever e concluir a obra, à qual se dedicou por muitos anos e que chamava de “a causada minha vida”. Para  resgatar a história retratada em sua obra ela dedicava todas as suas horas. E muitas lágrimas vieram diante de cada dado novo, imagem nova, descendentes de gente importante para a ilha, na emoção de contribuir com UM “tijolinho” a mais nessa construção amorosa que quis fazer, à qual se doou  por inteiro.

Em relação às histórias relacionadas ao livro a pesquisadora diz que foram muitas as que despertaram  a sua sensibilidade ou ainda que transformaram  informantes em amigos.

Como exemplos das história ela cita:

-  Identificar a foto do Zeppelim sobrevoando Fernando de Noronha numa casa em Olinda, da filha do diretor do Cabo Submarino Francês na década de 1930 e, tempos depois, através do radioamador André Sampaio receber, de um descendente de um condutor do dirigível, morador de Buenos Aires, uma foto exatamente oposta àquela que eu já possuía foi um delírio... As duas estão no livro e são absolutamente contrárias: numa, Noronha avista o Zeppellin; na outra, o Zeppelim avista Noronha.  

- Publiquei um S.O.S em jornais do interior de Pernambuco falando do resgate que estava fazendo e convoquei quem pudesse contribuir com material do seu arquivo particular. será bem-vindo. Isso me colocou em contato Genaro Pinheiro, filho do comandante do Presídio Comum, na década e 1920 e ele, com a maior disponibilidade, veio a ser um dos maiores doadores do fotos antigas dentre tantos que encontrei, inclusive a única imagem do hidroavião Jahu amerrisado nas águas do arquipélago, em 1927, foto essa que, em cópia, foi doada mais tarde ao Museu Histórico da Aeronáutica, que não tinha essa referência visual da ocorrência e está hoje no Memorial Noronhense, na painel sobre AVIAÇÃO.”

Para quem quer conhecer a história de Fernando de Noronha este livro é imprescindível. No momento ele se encontra a venda na Livraria Ecoar, em Fernando de Noronha e, em breve, estará disponível em outros locais.

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