Autora: Marieta Borges Lins e Silva
A mais
completa obra já publicada sobre o arquipélago pernambucano em todos os tempos
é relançada pela Editado pela Editora Universitária da UFPE. Com 555 páginas e
511 imagens antigas e atuais, resgata toda a história daquele espaço insular e
vai além, resgatando também toda a produção artística nesses séculos de
ocupação e desenvolvimento, tanto daqueles que viveram na ilha nos seus
diversos períodos, seja em poesia, pinturas, canções, teatralizações, alegorias
para escolas de samba, etc, distribuídos em dez Capítulos que esgotam
completamente o tema.
Apresentação:
Profa. Maria José Matos Luna,
Diretora da Editora Universitária.
Posfácio: Historiador, Arquiteto e Professor José Luiz Mota Menezes.
Em entrevista concedida
ao jornal Ecoar, de Fernando de Noronha, Marieta falou sobre como surgiu
a ideia de fazer o livro:
“Em 1974, o Governo militar ofereceu aos professores da escola – a
maioria sem qualificação profissional para o magistério - um Curso de Suplência
Profissionalizante em regime de Magistério, para formar 17 professores que já
exerciam essa função, mesmo sem ter preparo. E eu fui uma das facilitadoras da
atividade, vindo diversas vezes ao arquipélago e ministrando aulas de Didática
Geral, Didática da Linguagem e dos Estudos Sociais e Técnicas Audiovisuais. E
descobri, naquela ocasião, que a escola não tinha nem um resumo dos
acontecimentos da historia local, que pudesse embasar os trabalhos. Ali surgiu
o meu compromisso de buscar, organizar e trazer para a escola os “cinco séculos
de história” hoje eternizados em livro.
Tudo que ali
está foi garimpado em instituições pelo Brasil afora e junto aos inúmeros
informantes que identifiquei, nesses anos todos.”
Na mesma
entrevista autora fala sore seu livro:
“É a maior
obra já publicada sobre um mesmo espaço insular, em todos os tempos. Nos dez
Capítulos do livro está a História construída pelos homens que viveram aqui,
nesses séculos, seja como invasor, como preso comum (ladrões, assassinos,
contrabandistas, moedeiros falsos...); presos políticos (alguns famosos, como O
Gal. Abreu e Lima, o ex-governador de Pernambuco Barbosa Lima, os legendários
Gregório Bezerra e Maringhela, os governadores Miguel Arraes (de Pernambuco) e
Seixas Dória (de Sergipe) entre muitos outros).
Nele estão
os espaços ocupados onde se ergueram as duas Vilas coloniais (Remédios e
Quixaba) e o fantástico sistema fortificado considerado “o maior do Brasil”,
com dez fortes em 17 km²....
Também está
a criação desses homens, seja no Patrimônio Imaterial, seja nas expressões
artísticas...
Repito: não
há uma obra mais abrangente.”
Para Marieta
foi um grande desafio escrever e concluir a obra, à qual se dedicou por muitos
anos e que chamava de “a causada minha vida”. Para resgatar a história retratada em sua obra ela
dedicava todas as suas horas. E muitas lágrimas vieram diante de cada dado
novo, imagem nova, descendentes de gente importante para a ilha, na emoção de
contribuir com UM “tijolinho” a mais nessa construção amorosa que quis fazer, à
qual se doou por inteiro.
Em relação
às histórias relacionadas ao livro a pesquisadora diz que foram muitas as que
despertaram a sua sensibilidade ou ainda
que transformaram informantes em amigos.
Como exemplos
das história ela cita:
- “Identificar a foto do Zeppelim
sobrevoando Fernando de Noronha numa casa em Olinda, da filha do diretor do
Cabo Submarino Francês na década de 1930 e, tempos depois, através do
radioamador André Sampaio receber, de um descendente de um condutor do
dirigível, morador de Buenos Aires, uma foto exatamente oposta àquela que eu já
possuía foi um delírio... As duas estão no livro e são absolutamente contrárias:
numa, Noronha avista o Zeppellin; na outra, o Zeppelim avista Noronha.
- Publiquei um S.O.S em jornais do interior de Pernambuco
falando do resgate que estava fazendo e convoquei quem pudesse contribuir com
material do seu arquivo particular. será bem-vindo. Isso me colocou em contato
Genaro Pinheiro, filho do comandante do Presídio Comum, na década e 1920 e ele,
com a maior disponibilidade, veio a ser um dos maiores doadores do fotos
antigas dentre tantos que encontrei, inclusive a única imagem do hidroavião Jahu
amerrisado nas águas do arquipélago, em 1927, foto essa que, em cópia, foi
doada mais tarde ao Museu Histórico da Aeronáutica, que não tinha essa
referência visual da ocorrência e está hoje no Memorial Noronhense, na painel
sobre AVIAÇÃO.”
Para quem quer conhecer a história de Fernando de Noronha
este livro é imprescindível. No momento ele se encontra a venda na Livraria
Ecoar, em Fernando de Noronha e, em breve, estará disponível em outros locais.
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