por Frei Betto
Entro no mês de agosto com dois novos livros na praça: Reinventar a vida
(Vozes) e o infantil Começo, meio e fim (Rocco).
O primeiro, uma coletânea de textos, aborda temas como a sabedoria de vida, o
mundo em que vivemos, consumismo, meio ambiente e amizade.
O infantil toca em assunto delicado, sobre o qual muitas vezes os adultos não
sabem responder à natural curiosidade das crianças: a morte.
Tenho amigos que, antes de completarem 10 anos, perderam os pais em acidente
aéreo. A família cometeu o equívoco de não levá-los ao velório e ao enterro.
Cresceram com a sensação de que seus pais foram abduzidos. Ficou o vazio aberto
pela falta de vivenciarem o rito de passagem.
Chego aos 70 anos de vida com 60 títulos produzidos, dos quais 58 publicados e
dois no prelo: Oito vias para ser feliz (Planeta), que trata das
bem-aventuranças do Evangelho. Deve chegar às livrarias no fim do ano. Já Um
Deus muito humano contém textos que expressam meu caso de amor com Jesus.
Ricardo Kotscho, amigo do coração e jornalista de primeiríssima qualidade, já
me perguntou: “Você já leu todos os livros que escreveu?” Brinca ele com os
amigos comuns: “Não é o Betto quem escreve. São os quarenta fradinhos que
habitam os porões do convento, mantidos a pão e vinho.”
É verdade, tenho compulsão por escrever. E em se tratando de livros, não o faço
em horas vagas. Reservo 120 dias do ano para trabalhar em meus livros. Já os
artigos são produzidos em meio à turbulência de minha agenda maluca, dedicada a
assessorar movimentos pastorais e sociais.
Apesar de tantos livros publicados, traduzidos em 24 idiomas e 35 países, não
vivo de direitos autorais. Ainda lê-se pouco no Brasil. E no exterior só virei
best-seller com Fidel e a religião. Nem me sustento com “o maná que cai do
Céu”, ou seja, da Igreja. Como o apóstolo Paulo, faço questão de viver do
trabalho “de minhas mãos”. E acrescento: da minha mente. Meu ganha-pão são as
palestras, aqui e lá fora.
Transito entre vários gêneros: memórias, como Batismo de sangue e Diário de
Fernando (ambos da Rocco), que virou filme sob a direção de Helvécio Ratton;
meia dúzia de infantis; biografias, como Um homem chamado Jesus (Rocco);
pastoral, como Fome de Deus (Paralela); livros em coautoria, como Conversa
sobre a fé e a ciência (Agir), em parceria com o físico Marcelo Gleiser; e
romances, como o policial Hotel Brasil, Minas do ouro e Aldeia do silêncio,
todos editados pela Rocco.
No próximo 22 de agosto, sexta-feira, lanço em Belo Horizonte, Reinventar a
vida e Começo, meio e fim, no Projeto Sempre um Papo, ao lado de Leonardo Boff
(que apresentará seu livro sobre o papa Francisco). Você está convidado a
participar de nossa palestra e ter seus exemplares autografados! Será no Museu
de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, a partir de 19h.
Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas”
(Rocco), entre outros livros.
http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.
http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.


Nenhum comentário:
Postar um comentário