Quem não conhece alguém
hipertenso? A hipertensão é um hoje uma doença que atinge uma boa parcela da
população e, para onde nos viramos, encontramos alguém com esse problema. Atualmente,
no Brasil, um em cada três adultos tem pressão arterial elevada.
Silenciosa, a hipertensão vai
chegando aos poucos, sem que a pessoa perceba. Suas consequências, no entanto,
são alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pressão alta é
responsável por 45% dos ataques cardíacos e 51% dos acidentes vasculares
cerebrais.
De acordo com pesquisa do Ministério
da Saúde, o índice de pacientes com idade entre 18 e 24 anos é de 8% contra 50%
para a faixa etária acima de 55 anos. O diagnóstico de hipertensão é maior em
mulheres (25,5%), do que em homens (20,7%). Entre os principais causadores da
doença estão o cigarro, o sedentarismo, a obesidade e o álcool.
Entretanto, quem conhece uma
criança hipertensa ou que já levou uma criança ao pediatra e ela teve a pressão
aferida?
A Sociedade de Cardiologia
alerta que em 70% das consultas médicas a avaliação deste risco à saúde
infantil é ‘esquecida’.
E alerta: a pressão alta já
atinge 6% das crianças e adolescentes no Brasil, o que corresponde a uma média
de 5 milhões de menores de 18 anos.
A hipertensão infantil
compromete o funcionamento dos rins e, em casos raros, aproxima doenças graves
que só apareceriam na vida adulta, como infarto e acidente
vascular cerebral (AVC).
O diretor de Promoção de Saúde
Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, SBC, Carlos Alberto
Machado, ressalta que a maior parte dos médicos ainda não tem o hábito de
aferir pressão de crianças ou adolescentes durante as consultas.
Só
em 29% das consultas a pressão arterial é mensurada
Por conta do índice de 70% de
“esquecimento”, foi iniciado um trabalho para reverter o quadro.
Médicos de todo o País estão
sendo instruídos sobre a importância de mensurar a pressão em crianças por meio
de cartas e aulas em vídeo distribuídas pela SBC.
Genética
e hábitos ruins
O cardiologista Jefferson
Curimbaba, do Hospital do Servidor Público Estadual diz que a recomendação é
medir pressão em crianças a partir de 3 anos de idade.
“A pressão, por muitas vezes, é
esquecida. Para medir é necessário que a braçadeira do aparelho se adapte ao
braço da criança ou adolescente”, explica Curimbaba.
O problema é que nem todas as
unidades públicas e consultórios particulares contam com instrumentos adaptados
ao público infantil, lamenta Machado. Segundo ele, existem dois tipos de
hipertensão. A genética, que a criança herda a predisposição da família, e a
ambiental - causada pela obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo.
“Muitos pais chegam ao consultório
pedindo atestado de dispensa médica para que seus filhos não participem das
aulas de Educação Física na escola. Eu nunca dou”, reforça o especialista.
“É a única oportunidade da vida
em que a criança pode pegar gosto pelo esporte. São muito poucos problemas
cardiológicos que impedem a criança de fazer atividade física. Hoje em dia, a
criançada passa a maior parte do tempo na frente da televisão e se torna
sedentária”, lamenta Machado.
Rins
no alvo
A hipertensão é um quadro muito
grave, tanto para adultos quanto para crianças. Segundo Andréa Brandão,
cardiologista e professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
quando a criança é hipertensa, um dos primeiros órgãos a serem afetados são os
rins.
“A hipertensão é um problema
silencioso, que pode, pouco a pouco, acarretar problemas maiores na fase
adulta”, explica.
Machado complementa que algumas
crianças têm a função renal completamente destruída por conta da pressão alta e
se tornam dependentes da diálise (aparelho que substitui a função dos rins),
até que tenham a oportunidade de fazer um transplante.
“O rim filtra todo o sangue do
corpo. As coisas boas são reabsorvidas e as ruins saem na urina. A pressão alta
destrói todo o mecanismo que funciona como filtro”, explica o diretor de
Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC.
Machado também acrescenta que,
após o diagnóstico de pressão alta, não é preciso se desesperar. Basta seguir o
tratamento prescrito pelo médico e medir a pressão a cada consulta com o
profissional. Dependendo do caso, o tratamento não será feito só por médicos.
“Se uma criança obesa emagrecer,
as chances do problema ser erradicado somente por meio da mudança alimentação
são grandes”, explica ele.
Portanto Pais e Mães, fiquem
alertas à alimentação e aos hábitos de suas crianças e, da próxima vez que for
ao pediatra peça para aferir a pressão. Não dói e pode prevenir doenças
futuras.
Fonte: http://saude.ig.com.br/
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