LIVRO - ANTIPRINCESAS: GRANDES MULHERES RETRATADAS EM LIVROS
PARA CRIANÇA
EDITORA - Chirimbote
AUTORA - Nadia Fink
Todo mundo conhece as histórias de princesas. Sabemos em que
mundo elas vivem, como são seus castelos, a cor dos seus vestidos favoritos,
quem são seus amigos, inimigos e com quem se relacionam.
Porém, não temos tantas informações assim de grandes
mulheres. E esta é a premissa dos livros da série Antiprincesas.
Elas não viveram em castelos, não se destacaram por sua
dedicação aos afazeres domésticos, não sonharam com bailes em palácios e
príncipes encantados. As personagens desses livros são mulheres reais e
fantásticas, que marcaram as artes e a história da América Latina.
A pintora mexicana Frida Kahlo e a multitalentosa Violeta
Parra, ícone da música popular chilena, são as protagonistas dos primeiros
livros da coleção “Antiprincesas”, que em breve ganhará mais um número,
dedicado à vida de Juana Azurduy, heroína das lutas pela independência da
Argentina e da Bolívia.
“Escolhemos mulheres que transcenderam sua época, que romperam com o que se
esperava delas, mas que também tenham trabalhado com outras pessoas e se
dedicado a construir de forma coletiva. Essa é uma condição para ser
antiprincesa”, explica Nadia Fink, autora dos livros em parceria com o
ilustrador Pitu, em entrevista a Opera Mundi.
E a autora continua:
“As princesas esperam sozinhas, buscam a felicidade individual e um final feliz
em que necessariamente aparece um príncipe ou, no máximo, uma família. Nós valorizamos
outras formas de viver:
Uma de nossas preocupações foi tentar entender os novos
formatos experimentados por meninas e meninos de hoje, onde a linguagem não é
linear e, sim, distribuída em várias janelas na tela para interagir. Nós
valorizamos as novas gerações e não renegamos suas mudanças e desenvolvimento”.
A autora explica que os livros retratam o caminho político
de suas protagonistas, independente de suas posições partidárias ou
ideológicas, com o cuidado de não transformar os contos em panfletos:
“A intenção é disparar ideias nas crianças, não apresentar
pensamentos fechados. Não queremos diminuir cabeças, queremos ampliá-las”,
avisa a escritora. “Também não queremos matar as princesas, queremos mostrar
outras realidades com as quais as crianças possam se identificar.”
Frida e Violeta não viveram felizes para sempre. A pintora
mexicana morreu jovem depois de uma longa agonia e de uma vida marcada pelas
doloridas sequelas de um acidente na adolescência. A cantora chilena se
suicidou pouco antes de chegar aos 50 anos. Para falar desses desfechos que não
se parecem a contos de fadas, Fink optou pelo realismo mágico, no caso de
Frida, e por deixar em aberto, no caso de Violeta. “Decidimos falar da morte de
Frida a partir das lendas mexicanas. No caso de Violeta, preferimos deixar que
cada adulto que esteja acompanhando a criança que lê o livro decida como
abordar o assunto”, explica.
Depois das histórias, os livros convidam os pequenos leitores a fazer
autorretratos em frente ao espelho, como fazia Frida, e a pesquisar canções
antigas em conversas com pessoas mais velhas, como fazia Violeta. Convidam
crianças a brincar de ser antiprincesas.
Os livros, por enquanto, só serão vendidos na Argentina.
Quem sabe, em futuro próximo, alguma editora brasileira não se interessa em publicar por aqui?
Fonte: Opera Mundi
geekness.com.br


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