por Rossana Menezes
O primeiro livro que li de Irvin D. Yalon, ao contrário da maré, não foi
Quando Nietzsche Chorou (esse foi o segundo) e sim a Cura de
Schopenhauer.
Nunca tinha ouvido falar do autor, mas o que me chamou atenção foi o
nome de Schopenhauer no título, pois filosofia é um assunto que muito me
interessa e o livro não me desapontou.
Ao descobrir um câncer de pele aos 65 anos de idade e receber um
diagnóstico nada promissor, o Dr. Julius Hertzfeld, psicanalista, passa a
avaliar a sua vida, o seu trabalho, o impacto que causou em seus pacientes, se
o que ele fez foi realmente de alguma ajuda para alguém, ou se seus pacientes
encontrariam uma forma de se "curar" sozinhos em algum momento.
É quando ele resolver revisitar as anotações de antigos pacientes e se
depara com Philip Slate, de quem tratou por três anos. Philip era um químico,
extremamente inteligente e viciado em sexo. Vinte anos depois, sem notícias
suas, Dr. Julius resolve procurá-lo, apenas para descobrir que ele estava
não só curado, mas formado em aconselhamento filosófico. Philip explica que o
método utilizado por Dr. Julius não o ajudou em nada, mas que ele encontrou nos
ensinamentos de Schopenhauer a cura e propõe recomeçar suas sessões juntos, já
que, para poder clinicar, ele precisaria ser acompanhado por um profissional
também. Dessa forma ele propõe a supervisão de Dr. Julius em troca de ensinar a
ele como o pensamento de Schopenhauer pode ajudar uma pessoa.
Philip passa então a participar de sessões de terapia em grupo onde fala
sobre as mudanças da sua vida.
O livro é bem interessante e de fácil leitura. O autor traz um assunto
pesado e de difícil compreensão para uma linguagem bem mais acessível, menos
acadêmica, mais coloquial. Tenho certeza de que tem muito acadêmico revoltado
com esse tipo de literatura, mas eu acho válido. Afinal, a filosofia nasceu nas
ruas e não deve ficar confinada ao espaço acadêmico.
Uma forma interessante de reflexão e de conhecimento filosófico, ainda
que superficial. Está mais do que recomendado!
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