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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A cura de Schopenhauer


por Rossana Menezes




O primeiro livro que li de Irvin D. Yalon, ao contrário da maré, não foi Quando Nietzsche Chorou (esse foi o segundo) e sim a Cura de Schopenhauer. 

Nunca tinha ouvido falar do autor, mas o que me chamou atenção foi o nome de Schopenhauer no título, pois filosofia é um assunto que muito me interessa e o livro não me desapontou.





Ao descobrir um câncer de pele aos 65 anos de idade e receber um diagnóstico nada promissor, o Dr. Julius Hertzfeld, psicanalista, passa a avaliar a sua vida, o seu trabalho, o impacto que causou em seus pacientes, se o que ele fez foi realmente de alguma ajuda para alguém, ou se seus pacientes encontrariam uma forma de se "curar" sozinhos em algum momento. 

É quando ele resolver revisitar as anotações de antigos pacientes e se depara com Philip Slate, de quem tratou por três anos. Philip era um químico, extremamente inteligente e viciado em sexo. Vinte anos depois, sem notícias suas,  Dr. Julius resolve procurá-lo, apenas para descobrir que ele estava não só curado, mas formado em aconselhamento filosófico. Philip explica que o método utilizado por Dr. Julius não o ajudou em nada, mas que ele encontrou nos ensinamentos de Schopenhauer a cura e propõe recomeçar suas sessões juntos, já que, para poder clinicar, ele precisaria ser acompanhado por um profissional também. Dessa forma ele propõe a supervisão de Dr. Julius em troca de ensinar a ele como o pensamento de Schopenhauer pode ajudar uma pessoa. 

Philip passa então a participar de sessões de terapia em grupo onde fala sobre as mudanças da sua vida. 

O livro é bem interessante e de fácil leitura. O autor traz um assunto pesado e de difícil compreensão para uma linguagem bem mais acessível, menos acadêmica, mais coloquial. Tenho certeza de que tem muito acadêmico revoltado com esse tipo de literatura, mas eu acho válido. Afinal, a filosofia nasceu nas ruas e não deve ficar confinada ao espaço acadêmico. 

Uma forma interessante de reflexão e de conhecimento filosófico, ainda que superficial. Está mais do que recomendado!

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