por Rossana Menezes
Sabe aquele velho ditado que diz que não devemos julgar um
livro pela capa? Pois é, esse é o exemplo vivo (ou inanimado) disso. Escondido por trás de uma
capa bem sem graça (me refiro à edição brasileira) O Pequeno Tratado das
Grandes Virtudes é o livro que fez famoso André Comte-Sponville. Filósofo
francês, materialista, racionalista, humanista e ateu. Não é à toa que eu me
identifiquei com ele tanto quanto me identifico com o biólogo darwinista
Richard Dawkins.
Como todo bom filósofo francês,
Sponville escreve filosofia com cara de bate-papo. É um livro gostoso de ler,
sobre um tema não muito novo, mas tratado de uma forma bem diferente. Em seu
tratado, ele enumera 18 (17 na verdade) virtudes, explica cada uma delas e
demonstra como elas nos tornam seres humanos melhores.
Não é um livro de auto-ajuda.
Nem se empolgue se você é dos que curtem. É um bate-papo filosófico. Ele não lhe diz o que fazer, nem como ganhar na loteria. Ele convida você a pensar e a
refletir sobre os nossos valores como seres humanos e racionais, passando por
questões morais e éticas.
O livro é escrito em
forma de arco. Ele começa com o que não considera exatamente uma virtude, mas o
ponta-pé inicial, a base para todas elas que seria a polidez, a boa educação e
termina com o amor, que justifica todas as outras 16 virtudes que ele enumera
entre essas duas.
Aqui a velha história do ser
humano que nasce como um livro em branco e pode ser construído ao longo da sua
existência, dependendo da maneira como somos criados e a que tipo de exemplos
somos expostos ganha força.
É porém um livro de leitura
leve. Recomendo aos amantes da filosofia, aos que gostariam de se inicar no
assunto, apesar dele citar muitos filósofos, mas nada que atrapalhe a compreensão
dos que não os conhecem.
O livro pode ser encontrados
nas principais livrarias da sua cidade e em versão digital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário