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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

DICAS LITERÁRIAS: CHATÔ, O REI DO BRASIL



Por Rejane Menezes


Livro: Chatô, o Rei do Brasil
Autor – Fernando Morais
Editora: Companhia das letras
Ano de lançamento - 1994 

Um bom livro, em minha opinião, não precisa apenas ter um bom tema ou uma boa história. Precisa que a história seja bem contada. Através da escrita de um bom narrador, o assunto mais insípido, desinteressante, ganha corpo e nos prende até o final, ainda que nos perguntemos por que lemos este ou aquele livro até o final. Quando o autor escreve bem, sabe desenvolver a história de maneira envolvente e o tema é interessante, temos então um livro que pode até não ser best seller, mas que, com certeza, nos dará prazer em ler. Mas, este tipo de livro na grande maioria das vezes é sucesso.

Há alguns anos li um livro que faltava em minha lista. Um livro que é, Praticamente, uma obrigação para todo jornalista ler: Chatô. E por que é importante para um jornalista ler este livro? Porque conta a vida de um dos brasileiros mais poderosos e controvertidos do século passado que construiu um império na área de comunicação e marcou a história recente de nosso País.

E Fernando Morais nos fala da trajetória deste homem que mudou até a lei para beneficiar uma filha. Sua trajetória é complexa e divertida. Empolgante e revoltante. Mas, acima de tudo, extremamente interessante.
O livro nos conta a história de Francisco de Assis Chateubriand Bandeira de Mello, conhecido como Assis Chateubriand ou, simplesmente, Chatô. Nascido na Paraíba, em 02 de outubro de 1892, foi no Recife onde se formou em Direito e onde começou sua carreira como jornalista.

Quando fiz faculdade contavam uma história que não sei até onde é folclore ou até onde é verdadeira de que, ao procurar emprego em um jornal, o editor mandou que escrevesse um artigo sobre Jesus Cristo. Dizem que antes de começar a datilografar o texto ele parou, pensou, olhou para o editor e perguntou: você é contra ou a favor?

Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão – os Diários Associados - e fundador do MASP, Assis Chateaubriand, ou apenas Chatô, sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. 

Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910 e 1960, contada com maestria em Chatô o Rei do Brasil.
Trafegando com desenvoltura entre políticos, religiosos, ricos e famosos, muitas vezes escreveu a história com suas próprias tintas, mudando aquilo que não gostava, que lhe incomodava.

Lançado em 1994, é, com certeza, um livro imperdível. Pode ser encontrado nas livrarias e em formato digital. Entretanto, em minha opinião, é um livro para se ter em papel, para ler segurando, grifando e consultando, de vez  em quando.

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