por Sérgio Menezes
“ Estes vinhos aromáticos...são como a
ambrosia tão querida ao amor” Luís de Camões (1572)
Esta semana o programa Pelo
Mundo, da Globo News, apresentou a família Dias da nossa querida Casa dos Frios
e uma de suas especialidades, o bolo de Rolo. Imaginei logo como harmonizar
esta famosa sobremesa pernambucana.
Os chamados vinhos de sobremesa são vinhos
que harmonizam muito bem com pratos doces, alimentos picantes como foie gras ou queijos, podem ser servidos
antes da refeição como aperitivo ou acompanhando sobremesas.
Espumantes, vinhos mais
frutados, doces ou fortificados, Icewine, Porto, Madeira ou Xerez, são
classificados como “vinhos de sobremesa”, embora nada impeça que sejam
saboreados sozinhos.
Os vinhos fortificados são
assim chamados pela adição de brandy ou aguardente vínica no início do processo
de fermentação do vinho, interrompendo este processo, deixando o vinho com mais
açúcar e aumentando seu teor alcoólico.
Historicamente são considerados
fortificados vinhos com graduação alcoólica
superior a 14º visto que os vinhos de mesa normalmente giram em torno de
12,5.
O Vinho do Porto é um vinho natural
e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas provenientes da Região
Demarcada do Douro, no Nordeste de Portugal, distante cerca
de 100 km a leste da cidade do Porto. Produzido com uvas do Douro e
armazenado nas caves de Vila Nova de Gaia, o vinho do Porto recebeu este nome
apenas pelo fato de ser exportado para todo o mundo pela cidade do Porto. Isto
aconteceu em 1675, quando o vinho, exportado para a Holanda, recebeu pela
primeira vez a denominação de vinho do Porto.
O que torna o vinho do Porto diferente
dos restantes vinhos, além do clima único, é o fato da fermentação do
vinho não ser completa, sendo parada numa fase inicial (dois ou três dias
depois do início), através da adição de uma aguardente vínica neutra
(com cerca de 77º de álcool). Assim o vinho do Porto é um vinho naturalmente
doce (visto que o açúcar natural das uvas não se transforma completamente em álcool)
e mais forte do que os restantes dos vinhos (entre 19 e 22º de álcool).
As
principais castas utilizadas na produção do vinho do Porto são:
Touriga Nacional, considerada a
melhor casta para produção do vinho do Porto, esta variedade tem merecido
respeito e especial atenção por parte dos escritores desde o século 18.
Tinta Roriz ou Tempranillo, que
combina a qualidade com a alta quantidade, pois produz quase duas vezes mais mosto
que a Touriga Nacional, foi oficialmente aprovada desde 1800.
Tinta Barroca, foi reconhecida
como casta antes de 1800 mas, só em 1822, foi classificada como muito boa para
produção do vinho do Porto. Passou a ser chamada de Tinta Barroca em todo o
Douro em 1941.
Tinto Cão é uma casta conhecida
desde 1600 sendo classificada em 1791. Produz um vinho colorido, forte e
generoso.
Touriga Francesa, que apesar do
nome é uma casta estritamente plantada no Douro, sem qualquer ligação com
qualquer casta francesa.
Os
tipos de vinho do Porto em nossos dias:
O vinho do Porto Vintage é um
dos grandes vinhos do mundo, mas seu lento envelhecimento, sua forte
sedimentação (exigindo decantação) e seu custo elevado tornaram-no adequado
apenas para ocasiões muito especiais.
Garrafeira - Estes raros vinhos do Porto são de uma só
colheita e envelhecidos em barricas. Posteriormente permanecem em garrafas
largas durante anos para depois serem decantados e transferidos para as
garrafas standart, onde serão comercializados. Estão sujeitos a reaprovação do
IVP, tomando-se em consideração a qualidade, apresentação e a rotulagem. Em
termos de estilo se classificam entre o intenso aroma frutado do Vintage e o
paladar de um Colheita ou Reserva revelando maciez e equilíbrio excelentes.
Vintage Caracter ou Premium
Ruby - Estes vinhos estão no mercado há
aproximadamente 70 anos e tem reconhecida sua excepcional qualidade.
Qualificados como Super Ruby ou Premium Ruby talvez seja esta uma
denominação melhor para esta
classe de vinhos do Porto que a de Vintage Caracter. Apresenta-se mais
frutado e encorpado e é fruto de um
blended de vários vinhos.
Ruby - Este vinho é jovem e frutado. Provem da
região mais a oeste do Douro e devido a precipitação abundante e a produção
generosa é um vinho com não mais de três
anos de envelhecimento e deve ser consumido ainda jovem, uma vez que sua
principal característica e a sua frescura e aroma.
Tawny - Ainda que proceda da
mesma região mais a oeste do Douro este tipo de vinho apresenta uma tonalidade
menos intensa do que o Ruby e raramente tem mais que três anos de
envelhecimento. É leve e elegante por causa de seu menor contato com as
películas da uva durante a fermentação
Portanto depois deste passeio
pelo Douro e seus “Vinhos do Porto” pode escolher um dos tipos acima , pois, é
garantido uma perfeita harmonização com um bom Bolo de Rolo pernambucano.
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