por Sérgio Menezes
Para começar a desfazer as dúvidas podemos afirmar que:
Todo Champagne é espumante, mas nem todo espumante é Champagne.
Nem tudo que não é Champagne é Prosecco. Logo todo Prosecco e todo Champagne é
espumante.
Entendeu? Não? Então vamos explicar:
Espumante é todo vinho que passou por dois
processos de fermentação. O primeiro processo é o da fermentação do açúcar da
uva se transformando em álcool, comum a todos os tipos de vinho e que ocorre em
barris de carvalho ou em tanques de aço inox. O segundo processo, onde o vinho
adquire a efervescência (as bolhinhas de gás), pode ocorrer tanto em barris de
aço inox pressurizados (método Charmat), como pelo método tradicional chamado
de Champenoise. Esta segunda fermentação
ocorre na garrafa.
Os espumantes podem ser classificados segundo o teor de
açúcar em Doux (Doce). Demi-Sec (Meio Seco), Sec (Seco), Extra-Sec (Extra
Seco), Brut (Bruto), Extra Brut ( Extra Bruto) e o Nature Pas Dose (Natural
Doce). Os mais apreciados e vendidos são o Demi Sec e o Brut.

Embora a região também produza vinhos tranquilos (não
espumantes), a grande maioria da produção é de vinhos espumantes brancos e
rosados, tendo como base apenas as castas de uvas Pinot Noir, Pinot Meurnier e
Chardonnay.
Os Champagnes geralmente não são safrados. Apenas quando
ocorre uma safra excepcional é que se declara o ano desta safra. O último
grande ano foi 2002 e no mercado comenta-se que a safra de 2009 é uma das
melhores dos últimos anos.
As Caves oferecem os chamados Cuvée de Prestige que, na
realidade, são espumantes feitos com uvas selecionadas em vinhedos de grande
qualidade (Gran Cru e Premier Cru) e envelhecidos em barris de carvalho por um
longo tempo. Estes Cuvée de Prestige podem ser safrados ou não, mas incorporam
o fator luxo. São batizados com nomes de personalidades: Dom Pérignon é o Cuvée
de Prestige da Moet-Chandon; La Grande Dame (Viúva Clicquot) é o Cuvée de
Prestige da Veuve Clicquot; Sir Winston Churchill é o Cuvée de Prestige da Pol
Roger e o Cristal é o Cuvée de Prestige da Louis Roederer. Há ainda os
Champagnes excepcionais como a linha
"Dom Pérignon Oenothèque" ou a linha "Krug Collection".
Portanto, podemos concluir que Champagne é uma D.O.C., ou seja, Denominação
de Origem Controlada de vinhos espumantes produzidos na região de Champagne no
nordeste da França, tendo como base uvas Pinot Noir, Pinot Meurnier e
Chardonnay. Qualquer vinho semelhante, mesmo
produzido pelo método champanhês noutras regiões da França ou países só pode
apelidar-se de "espumante" e nunca "champanhe".


Parece que a lei por aqui ai não pegou, sendo fácil encontrar
"proseccos" nacionais vendidos nos grandes mercados e lojas especializadas.
Diferentemente dos Champagnes e dos Cavas, os Proseccos são elaborados pelo método charmat, onde a segunda fermentação ocorre em grandes tanques de aço inox e não na própria garrafa.
Cava é o vinho espumante de origem
espanhola D.O.. geralmente produzido (95%)
na região da Catalunha. Pode ser branco ( blanco ) ou rosé ( rosado ). Somente
os vinhos produzidos no método
tradicional champenoise podem ser rotulados Cavas. Os produzidos por outros processos só podem
ser chamados de "vinhos espumantes".
As principais
uvas do Cava são a Macabeu, Garnacha e a Monastrell, mas também pode conter
Chardonnay, Pinot Noir e Subirat. Para fazer o Cava Rosado, pequenas
quantidades de Cabernet Sauvingnon tinto
Cava é uma parte importante da tradição
familiar catalã e espanhola e é frequentemente consumida em celebrações como
batizados, casamentos, banquetes, jantares e festas.
O
Brasil tem trabalhado duro e as vinícolas estão fazendo Espumantes de boa
qualidade. Em artigos anteriores já falei de alguns premiados
internacionalmente.
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