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Fotos de Tuca Siqueira e textos de Inácio França, Cida Pedrosa e Alexandre Ramos. Editora: CEPE |
Um rio que quase já não passa, mas permanece vivo dentro dos
violeiros, poetas, cantadores que fazem do sertão do Pajeú uma espécie de
civilização mítica. A civilização de
Monique D’ângelo, 17 anos, que adormece abraçada com seu acordeom, em
Tuparatema, e, considera Itapetim “o ventre imortal da poesia”.
Neste livro temos a poesia e a história do rio Pajeú
contadas por quem melhor entende do assunto: os poetas. A obra é uma compilação de 26 histórias
coletadas em 2010/2011 com poetas reconhecidos e anônimos, jovens e
consagrados.
É muita gente com história para contar e o rio permeia a poesia e a vida dos poetas. Passagens que não constam na história oficial, mas que revelam muito mais que a própria história. Foram tais poetas que a equipe de “O rio que não passa” buscou.
Com o objetivo de resgatar e documentar histórias da relação
entre o rio Pajeú, a poesia e a vida dos poetas, a equipe conversou com dezenas
de pessoas até chegar as 26 histórias que compõem o livro. São relatos que, nas
suas entrelinhas, contam detalhes sobre os municípios, a economia e a história
local, a convivência com o semiárido, relações de trabalho, festas populares,
entre outros aspectos. Para coletar os relatos que foram publicados em “O rio
que não passa”, a equipe de produção passou pelos municípios de Brejinho,
Itapetim, São José do Egito, Tabira, Tuparetama, Carnaíba, Flores, Serra
Talhada, Afogados da Ingazeira e Floresta. Todos os municípios cortados pelo
rio.
O trabalho de pesquisa para a construção do livro começou
ainda em 2010 com a pesquisa e identificação dos poetas. Nos depoimentos publicados, foram mantidos os
cacoetes e gírias. Expressões muito usadas por pessoas mais humildes ou de
cidades mais distantes, às vezes muito incomuns no nosso cotidiano, mas que
revelam uma riqueza cultural sem fim.
O primeiro título imaginado para este livro foi Um rio
de poesia. Na primeira fase da primeira resposta à primeira pergunta durante a
primeira entrevista, o título mudou.
Pouco depois de Dedé Monteiro receber um prêmio pela melhor
vídeo-poesia na Fliporto, ao responder o que o Pajeú representava para sua
poesia e sua vida ele disse, simplesmente: “O Pajeú é o rio que não passa”. Uma
frase com dois ou três significados a escolher. Uma frase quase poema.
Um livro recomendado para os fãs da cultura nordestina, mas também para quem ainda não descobriu os encantos da poesia de nossos
violeiros, poetas e cantadores. Esses, com certeza, irão se surpreender e se
perguntar onde estavam que ainda não haviam encontrado O RIO QUE NÃO PASSA?
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