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terça-feira, 8 de abril de 2014

DICAS LITERÁRIAS: O RIO QUE NÃO PASSA



Fotos de Tuca Siqueira e textos de Inácio França, Cida Pedrosa e Alexandre Ramos. Editora: CEPE



Um rio que quase já não passa, mas permanece vivo dentro dos violeiros, poetas, cantadores que fazem do sertão do Pajeú uma espécie de civilização mítica.  A civilização de Monique D’ângelo, 17 anos, que adormece abraçada com seu acordeom, em Tuparatema, e, considera Itapetim “o ventre imortal da poesia”. 

Neste livro temos a poesia e a história do rio Pajeú contadas por quem melhor entende do assunto: os poetas.  A obra é uma compilação de 26 histórias coletadas em 2010/2011 com poetas reconhecidos e anônimos, jovens e consagrados.

É muita gente com história para contar e o rio permeia a poesia e a vida dos poetas. Passagens que não constam na história oficial, mas que revelam muito mais que a própria história. Foram tais poetas que a equipe de “O rio que não passa” buscou.

Com o objetivo de resgatar e documentar histórias da relação entre o rio Pajeú, a poesia e a vida dos poetas, a equipe conversou com dezenas de pessoas até chegar as 26 histórias que compõem o livro. São relatos que, nas suas entrelinhas, contam detalhes sobre os municípios, a economia e a história local, a convivência com o semiárido, relações de trabalho, festas populares, entre outros aspectos. Para coletar os relatos que foram publicados em “O rio que não passa”, a equipe de produção passou pelos municípios de Brejinho, Itapetim, São José do Egito, Tabira, Tuparetama, Carnaíba, Flores, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira e Floresta. Todos os municípios cortados pelo rio.

O trabalho de pesquisa para a construção do livro começou ainda em 2010 com a pesquisa e identificação dos poetas.  Nos depoimentos publicados, foram mantidos os cacoetes e gírias. Expressões muito usadas por pessoas mais humildes ou de cidades mais distantes, às vezes muito incomuns no nosso cotidiano, mas que revelam uma riqueza cultural sem fim.
O primeiro título imaginado para este livro foi Um rio de poesia. Na primeira fase da primeira resposta à primeira pergunta durante a primeira entrevista, o título mudou. 

Pouco depois de Dedé Monteiro receber um prêmio pela melhor vídeo-poesia na Fliporto, ao responder o que o Pajeú representava para sua poesia e sua vida ele disse, simplesmente: “O Pajeú é o rio que não passa”. Uma frase com dois ou três significados a escolher. Uma frase quase poema. 

Um livro recomendado para os fãs da cultura nordestina, mas também para quem ainda não descobriu os encantos da poesia de nossos violeiros, poetas e cantadores. Esses, com certeza, irão se surpreender e se perguntar onde estavam que ainda não haviam encontrado O RIO QUE NÃO PASSA?

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