por Rejane Menezes
Minha Razão de Viver – Memórias de um repórter, é um daqueles livros que você começa a ler e não consegue mais parar. A autobiografia de Samuel Wainer é escrita de uma maneira que envolve o leitor e desperta a sua curiosidade de seguir em frente com a leitura. Mas, não é simplesmente uma autobiografia, é um passeio pela história recente do Brasil. Traz documentos e imagens que, segundo o próprio autor, falam virtualmente.
Minha Razão de Viver – Memórias de um repórter, é um daqueles livros que você começa a ler e não consegue mais parar. A autobiografia de Samuel Wainer é escrita de uma maneira que envolve o leitor e desperta a sua curiosidade de seguir em frente com a leitura. Mas, não é simplesmente uma autobiografia, é um passeio pela história recente do Brasil. Traz documentos e imagens que, segundo o próprio autor, falam virtualmente.
À medida que vamos lendo, não encontramos apenas dados da vida
pessoal do jornalista, mas, também, as histórias que ele viveu ou teve
conhecimento no exercício de sua profissão. São informações complementares que
nos conduzem, por exemplo, pelos labirintos e porões do esquema de arrecadação de
dinheiro destinado a financiar o contragolpe preventivo entre meados de 1963 e
abril de 1964 por partidários do então presidente João Goulart.
Wainer testemunhou e, algumas vezes, protagonizou os preparativos
para a ação abortada por inimigos mais ágeis, quando o golpe militar chegou
primeiro.
Considerando essas informações como campos minados, pouco
antes de morrer, em 1980, ele pediu para a filha, Pinky, que só fossem
inteiramente escancaradas 25 anos após a sua morte. Atendendo ao pedido do pai,
ela entregou 53 fitas de áudio gravadas por ele a Augusto Nunes, para que
organizasse o livro.
Nascido em 1910, não se sabe ao certo qual o local. Existe uma hipótese de ele ter nascido na
região da Bessarábia, Rússia. Mas não existe confirmação.
Um dos mais célebres jornalistas de seu tempo, podemos dizer
que ele ajudou não apenas a contar a história do Brasil, mas, também, a
fazê-la, estando presente ou, pelo menos, se relacionando aos grandes
acontecimentos da época, inclusive envolvendo as mais altas camadas de poder no
país, de 1950 a 1964.
Seu comportamento ético-profissional a pessoas e
organizações o ajudou a erguer e manter o jornal Última Hora que era, sem
dúvida alguma, a sua razão de viver.
Nascido de uma sugestão de Getúlio Vargas, foi a oportunidade
que Wainer esperava, há muito tempo, de ter o seu próprio jornal, já que não
encontrava um lugar que fizesse jus a seu talento na imprensa brasileira dos
anos 50. O jornal sempre se colocou como pró-Vargas e publicava uma carta de
felicitações assinado pelo próprio. Chamado carinhosamente por Vargas de “O
Profeta”, Wainer foi um grande colaborador das decisões políticas importantes.
Perseguido pela ditadura militar foi obrigado, em 1972, a
vender o seu jornal. Depois desta triste e difícil decisão, mudou-se para São
Paulo, onde ficou até o final da vida, como jornalista da Folha de São Paulo.
Minha Razão de Viver é mais que uma autobiografia, é também
um retrato dos bastidores políticos do Brasil, na era Vargas até o golpe militar
em 1964. Vale a pena conferir.
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