por Sérgio Menezes
De acordo com a Wikipedia “Hábito alimentar é
um termo usado quando
se quer designar os costumes e modo de se comer de uma pessoa ou comunidade.”
Encontrar com meu amigo Jorge Rodrigues para um
almoço durante a semana tem se tornado quase um hábito. Além da boa conversa sobre a semana de trabalho, a vida em
família e outras nuances vivenciais, temos em comum apreciar um bom prato de
bacalhau e nossa admiração por vinhos portugueses para harmonizar este nosso
encontro.
O local tem sido um restaurante, velho
conhecido dos meus tempos de Rede Globo, ao qual fui apresentado nos anos 90
por José Dias Raposo, português de Trás os Montes na região norte de Portugal e
ex diretor de programação da emissora. Trata-se do Verde Gaio, na Madalena.
Frequentar e apresentar este restaurante para os amigos era um velho e bom
hábito que o Raposo tinha.
O Verde Gaio é um restaurante familiar no mais
literal sentido da palavra. Há 35 anos o negócio é tocado pela família de seu
João da Costa, dona Hilda sua esposa e seus filhos. João e Hilda são naturais
de Viseu, o único distrito de Portugal que não faz fronteira nem com a Espanha
nem com o mar, localizada a meio caminho entre o Porto e Coimbra. A região é
famosa por seus vinhos aveludados e por sua gastronomia. E é esta vivência de bons vinhos e de boa gastronomia que faz com que um almoço preparado
pela família Costa seja uma experiência gustativa excepcional além, é claro, do carinho e atenção especial
com que servem a uma clientela que, por sua fidelidade, quase que vão se
tornando parte também da família.
Os vinhos, bem neste assunto o responsável pela
minha “aquisição deste hábito” foi mais
uma vez o Raposo, que em um almoço após uma reunião de preparação do evento
Canta Nordeste em 2000, me apresentou a um Quinta da Bacalhoa para acompanhar o
bacalhau que pedimos e me apaixonei pela quinta e seus vinhos, Quinta da
Bacalhoa, Meia Pipa, JP Azeitão, Má Partilha, Monte das Ânforas, Quinta do
Carmo. Esta paixão depois foi compartilhado com outros amigos como o Jorge
Rodrigues e Alexandre Poças
Para a entrada pedimos o tradicional bolinho de
bacalhau, acompanhado por um JP Azeitão
2012, cortes de Castelão, Aragonez e Syrah, castas são vindimadas
separadamente e sem estágio em
madeira. Um vinho jovem que junto com os fantásticos bolinhos, pão quentinho e
muito azeite, serviram para atiçar as papilas gustativas nos preparando para o
prato principal.
O prato principal, claro, um lombo alto de
bacalhau, á Narcisa, assado no azeite e no alho, com azeitonas pretas, tendo
como acompanhamento, apenas para constar, arroz branco e batatas coradas. Peçam.
Vocês não vão se arrepender.
Para acompanhar o prato principal escolhemos um
Meia Pipa 2009, cortes de Castelão, Cabernet sauvignon e Syrah. As três castas são vinificadas
separadamente e com 12 meses em meias-pipas de carvalho francês Allier. Daí seu
nome. Este vinho foi uma combinação
fantástica com o prato. Boa estrutura, com taninos suaves e levemente
amadeirado, aroma frutado tudo sem
exageros e bem equilibrado.
E assim passamos boa parte da tarde, saboreando bons pratos, bons vinhos,
boa companhia, bom papo em um ótimo restaurante. Tudo em plena harmonia.
Aguardo ansioso nosso próximo encontro no Verde Gaio.
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