Livro: Felicidade Foi-se
embora?
Autores: Leonardo Boff, Mario
Sergio Cortella, Frei Betto
Editora: Vozes
Felicidade foi-se embora? A
tristeza não tem fim, mas a felicidade sim? É impossível ser feliz sozinho?
Três dos mais prestigiados autores do país se reúnem nesta obra para falar da
Felicidade, este tema que nos inquieta, nos provoca e incita a construir todos
os dias a base para alcançar este momento de plenitude da vida. São muitas as
perguntas, e nenhuma tem uma resposta definitiva. Mas com certeza neste livro
você vai encontrar uma inspiração para buscar a felicidade em todos os momentos
da vida, até nos mais difíceis. Se abra para a felicidade e verá que é bem mais
simples do que imaginava!
Lançado com um debate dos três
Autores, Frei Betto, Leonardo Boff e Mário Cortella, o livro nos leva a um
aprofunda reflexão sobre o que é realmente felicidade e o que nós pensamos que
ela é.
Boff diz que o tema do livro foi uma sugestão da editora, por julgar o assunto atual e merecedor de uma abordagem mais aprofundada que a das publicações de autoajuda. “Essa indústria criou um mercado no qual se oferecem soluções fáceis, mas enganosas de felicidade. Esse tipo de literatura mostra algo inegável: a ansiedade de sermos felizes. Mas não de qualquer jeito. Uma felicidade nasce de nós mesmos, de nosso coração, de nossas potencialidades internas. Ilusória é aquela prometida a partir de fórmulas tiradas com cacos de ciência, de sabedoria oriental, de psicologia e de religião e que dispensa o trabalho interior de criar as condições de torná-la real. A felicidade não é filha do acaso nem é dada espontaneamente por si mesma. Ela resulta de um processo criativo do ser humano, no esforço de criar sentido com tudo o que faz e de descobrir sentido que se realiza no curso de sua história e naquilo que vive cotidianamente”, pontua.
Talvez uma das tarefas mais
difíceis seja defini-la. “O que é profundo e tem a ver com o sentido radical de
nossa existência não pode ser definido de forma cabal e que responde a todas as
demandas. É sempre uma realidade em aberto. A felicidade não se define, vive-se
e se constrói”, opina o teólogo. No capítulo em que expõe seus pensamentos,
Felicidade: não correr atrás de borboletas, mas cuidar do jardim para
atraí-las, Boff comenta que a busca da felicidade é da essência do ser humano e
cita Aristóteles. “A felicidade, segundo o filósofo grego, é fruto do agir e do
bem viver. Portanto, ela resulta de um modo de vida virtuoso; tudo o que a
pessoa pensa e faz é bem pensado e benfeito. A felicidade que daí se deriva
vale por si mesma, sem acrescentar-lhe qualquer coisa. Por isso não há nada
melhor e mais excelente que a felicidade”, descreve em um determinado trecho.
Boff acrescenta que todos somos
devorados pela ânsia desse sentimento, porque somos construídos de tal forma
que buscamos sempre uma plenitude de vida e um sentido que oriente nossa
trajetória pelo mundo. “É um impulso que nos toma totalmente e não nos deixa em
paz enquanto não atendermos minimamente a ele. O resultado dessa diligência é o
que chamamos de felicidade. Ela não existe em si; é consequência de retas
relações para consigo mesmo, de adequadas relações para com a vida, para com os
outros, para com a natureza, para com a Mãe Terra e para com o todo que nos
circunda”, afirma.
"Não existe a felicidade
como perenidade. A ideia da felicidade como um estado permanente é uma
impossibilidade, à medida que uma boa parte dos nossos sentimentos é vivenciada
pela ausência (...) Felicidade não é um estado contínuo, não pode e nem deve
sê-lo. E nem seria possível, pois isso colocaria a pessoa próxima do estado de
demência", resume o filósofo, educador e escritor Mario Sergio Cortela
logo na abertura do seu texto.
Outro ponto em comum apontado
neste pequeno livro de 130 páginas é a importância da boa convivência familiar
e o papel dos amigos para tornar mais frequentes e duradouros estes nossos
momentos de felicidade. Ou seja, ninguém consegue ser feliz sozinho.
Escreve Frei Betto: "Sou
feliz por pertencer a uma família afetuosa, e considerar suficiente o
necessário. A razão principal da felicidade reside, porém, em dois fatores: as
amizades conquistadas ao longo da vida e o sentido que imprimo à minha
existência. As amizades me suscitam amor e me fazem sentir amado. É um
privilégio saber que posso bater, sem aviso prévio, à porta de amigos e amigas
às três da madrugada, em cidades do Brasil e do exterior, com a certeza de que
serei bem-acolhido".
Leonardo Boff completa: "A
felicidade e a paz não são construídas pelas riquezas materiais e pelas
parafernálias que nossa civilização materialista e pobre nos apresenta (...)Nós
nos esquecemos que aquilo que nos traz felicidade é o relacionamento humano, a
amizade, o amor, a generosidade, a compaixão e o respeito, realidades que têm
muito valor mas não têm preço".
E aí, será que a felicidade
está indo embora? Bem, que tal comprar o livro, dar uma boa lida e depois
responder a essa pergunta?
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